O Vale do Terror - Cap. 6: Capítulo 6 – Uma Réstia de Luz Pág. 65 / 172

Barker marcou o peitoril da janela com a impressão da sua chinela suja de sangue, a fim de fazer supor que o fugitivo escapara por ali. Evidentemente, foram eles as duas pessoas que ouviram o ruído do tiro e, desse modo, deram o alarme, exactamente como deviam ter feito, mas apenas meia hora depois de tal ter ocorrido.

- E como se propõe provar tudo isso?

- No caso de tratar-se de um estranho, este podia ser descoberto e capturado. Esta seria a mais eficaz de todas as provas, mas, não sendo assim... Bem, os recursos da ciência ainda não estão esgotados. Creio que me seria útil passar uma noite sozinho naquele gabinete.

- Uma noite, sozinho!

- Estou disposto a ir imediatamente para lá. Combinei tudo com o precioso Ames que, diga-se de passagem, não tem a mínima simpatia por Barker. Sentar-me-ei na sala e verei se a sua atmosfera me poderá inspirar. Sou fervoroso crente do genius loci. Pode rir, caro Watson. Rirá melhor, quem rir no fim. A propósito, trouxe aquele seu vasto guarda-chuva, não é verdade?

- Tenho-o comigo.

- Pode emprestar-mo?

- Certamente... , mas é uma arma desprezível! Se houver perigo...

- Não tenho medo, meu caro Watson; se correr algum risco, pedirei prontamente o seu auxílio. Contudo, ficarei com o guarda-chuva. Agora, estou apenas à espera de que os nossos colegas voltem de Tunbridge Wells, onde estão a procurar o proprietário da bicicleta.

Era quase noite quando o inspector Mac Donald e White Mason regressaram da sua expedição. Vinham exultantes, com notícias de grandes progressos nas nossas investigações.

- Co'os diabos! Admito ter tido as minhas dúvidas quanto à intervenção de uma pessoa estranha no caso - declarou Mac Donald - mas agora, estão completamente desvanecidas.





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