O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 83 / 172

Tinha, portanto, de acertar com o lugar onde se encontrava Mr. Douglas e, pelo cálculo das probabilidades, pereceu-me que com a conivência da esposa e do amigo, devia estar oculto num quarto, até poder fugir definitivamente.

- A sua teoria é quase perfeita - aprovou Douglas. - Tinha pensado em evitar as leis Inglesas, pois não estava seguro da minha posição perante elas. Nada fiz que não estivesse pronto a fazer de novo. Estou pronto a prestar as minhas declarações sob juramento. Não vou começar pelo princípio. Esse está todo nesse rolo dos papéis. Resume-se em poucas palavras: existem alguns homens com razões para me odiarem e que tudo fariam para me liquidarem. Enquanto eu e eles estivermos vivos não haverá neste mundo descanso para mim.

»Perseguiram-me desde Chicago até à Califórnia; depois compeliram-me a abandonar a América: contudo, quando me casei e vim residir neste lugar sossegado, julguei que os meus últimos anos iam decorrer em paz. Nunca expliquei à minha mulher os pormenores de como as coisas eram realmente. Ela jamais teria um momento tranquilo. Naturalmente, devia ter adivinhado qualquer coisa, mas, até ontem, ignorou sempre a verdadeira situação. Contou-lhes tudo quanto sabia, e o mesmo aconteceu com Barker, pois, na noite da tragédia, pouco tempo restou para explicações. Agora, porém, ela está ao corrente de tudo e talvez tivesse sido mais sensato da minha parte se lho tivesse contado entes.

»No dia anterior ao dos acontecimentos, encontrava-me em Tunbridge Well, quando vi, de relance, na rua, o vulto de um homem. Foi apenas uma visão fugaz, mas não duvidei, nem por um momento, de quem se tratava. Era o meu pior inimigo entre toda aquela gente, o que me tem perseguido durante todos estes anos, como um lobo esfaimado atrás de uma rena.





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