O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 84 / 172

Compreendi a iminência do perigo, voltei para casa e preparei-me para o enfrentar. Decidi lutar sozinho até ao fim. Houve uma época em que a minha boa estrela era comentada em todos os Estados Unidos e não hesitei em acreditar que ela me valeria ainda desta vez.

»Durante o dia seguinte, nem por um momento saí para o parque. Foi uma sorte, pois ele ter-me-ia liquidado com a caçadeira, antes que eu tivesse tempo de puxar pela minha arma. Quando a ponte foi erguida esqueci as minhas preocupações. Jamais imaginei que ele pudesse introduzir-se nesta casa para preparar-me uma emboscada. Entretanto, ao fazer, já de roupão, a minha habitual ronda nocturna, pressenti, mal pus os pés no gabinete, o sinal do perigo.

»Creio que, quando um homem levou uma vida de aventuras, existe uma espécie de sexto sentido que o avisa da proximidade de qualquer risco. Percebi o sinal quase imediatamente, sem saber explicar porquê. Logo, em seguida, vislumbrei a ponta de um sapato debaixo do reposteiro da janela e compreendi a gravidade da situação.

»Só tinha uma vela que trazia nas mãos, mas a lâmpada do vestíbulo iluminava a sala, através da porta aberta. Pousei a vela na mesa e peguei no martelo que deixara sobre a lareira. Simultaneamente, o homem atirou-se a mim. Vi luzir um punhal e golpeei-o com o martelo. Devo tê-lo atingido, pois a arma caiu no chão. O homem esquivou-se para trás da mesa e tirou a espingarda de dentro do sobretudo. Ouvi-o armá-la e agarrei-a antes que ele pudesse disparar. Mantinha-a segura pelo cano e lutámos desesperadamente. O primeiro que a soltasse estava morto. Nem por um instante abandonou a arma, mas deixou a coronha virada para baixo. Talvez tivesse sido eu quem puxou O gatilho.





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