O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 85 / 172

É possível, também, que ambos o tivéssemos feito. De qualquer modo, foi Ted Baldwin quem recebeu no rosto a dupla carga. Estou habituado às piores coisas e no entanto o espectáculo que se deparava quase me agoniou,

»Estava agarrado a um canto da mesa, quando Barker desceu as escadas, a correr, e entrou na sala. Ouvi os passos de minha mulher, que se aproximava, e dirigi-me rapidamente para a porta a impedir-lhe a entrada. Não era, cena pera uma mulher contemplar.

»Troquei algumas palavras com Berker e ficámos à espera, de que os outros aparecessem. Contudo nada tinham ouvido.

»Foi nesse momento que entrevi uma solução. A manga do casaco de Ted arregaçara-se exibindo a marca de fogo da “Loja”, gravada no antebraço. Olhem para aqui.

Douglas levantou a manga do casaco e a da camisa e mostrou-nos um triângulo castanho dentro de um círculo, exactamente igual ao que tínhamos visto no braço do morto.

- Foi esse sinal que me inspirou. A estatura, os cabelos, o físico eram quase iguais aos meus. E quanto ao rosto, quem poderia reconhecê-lo? Fui buscar esta roupa e, num quarto de hora, Barker e eu tínhamos-lhe vestido o meu roupão e deixámo-lo como os senhores o encontraram. Fizemos um embrulho com todas as coisas, amarrámo-lo a um haltere e atirámo-lo pela janela.

O cartão que ele tencionava deixar junto do meu cadáver, jazia junto ao seu. Pusemos-lhe os meus anéis no dedo; contudo, quando chegou a vez da aliança... - e ao dizê-lo estendeu a mão musculosa - os senhores podem verificar que eu não seria capaz de tirá-la. Para isso seria preciso uma lima. Não sei se teria tido a coragem de me separar dela mas, mesmo que o quisesse, não me teria sido possível.

»Fui buscar um adesivo e coloquei-o no rosto do morto, exactamente no lugar onde agora tenho um.





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