Com toda a sua astúcia e inteligência, Mr. Holmes, deixou escapar este ponto, pois, se tivesse arrancado esse adesivo, veria que debaixo dele não havia nenhum corte,
»Se eu pudesse conservar-me oculto, por algum tempo, e depois refugiar-me em lugar seguro, onde minha mulher viesse juntar-se a mim, poderíamos ter esperança de viver em paz o resto dos nossos dias. Aqueles malditos não me dariam tréguas, enquanto não estivesse debaixo da terra, mas, se lessem nos jornais que Ted Baldwin me tinha liquidado, terminaria a perseguição.
»Não tive muito tempo para explicar com minúcias todos os meus pensamentos a Barker e à minha mulher, mas compreenderam o bastante para poderem ajudar-me. Sabia perfeitamente da existência deste esconderijo como, de resto, Ames o sabia, mas não o relacionou com os acontecimentos. Escondi-me aí e, Barker fez o resto. Abriu a janela e imprimiu a marca dos seus pés no peitoril, a fim de sugerir que o assassino fugira por ali. Agiu muito arriscadamente, mas a ponte estava levantada e não havia outro caminho.
»Depois de tudo preparado, fez soar a campainha. O que aconteceu em seguida já todos sabem... Podem fazer o que quiserem. Disse-lhes a verdade, nada mais que a verdade e que Deus me ajude! E pergunto-lhes agora: qual é a minha situação perante as leis inglesas?
Seguiu-se um silêncio, que Holmes interrompeu:
- A legislação inglesa é justa. Não será tratado com maior rigor do que o seu caso merece. Contudo desejava que me explicasse como esse homem descobriu que o senhor morava aqui e, sobretudo, como agiu para entrar em sua casa e esconder-se num lugar em que pudesse atacá-lo?
- Acerca disso nada lhe sei dizer.
O rosto de Holmes estava pálido e grave, ao declarar:
- Receio que esta história ainda não tenha terminado, Mr.