Ergueu-se um murmúrio de admiração entre os mineiros, pela ousadia do forasteiro, e os polícias encolheram os ombros.
Um pouco mais tarde a maior parte dos passageiros apeou-se do vagão, visto que Vermissa era a localidade mais importante dia linha. Mac Murdo levantou-se e pegou no seu saco de couro e ia afastar-se quando um mineiro o interpelou:
- Você sabe falar com «chuis»! Gostei de ouvi-lo. Deixe-me levar-lhe a mochila e mostrar-lhe-ei o caminho, já que, para ir para a minha cabana, tenho de passar pela pensão de Shafter.
Outros mineiros saudarem Mac Murdo que, antes de entrar na cidade, já se tornara uma personalidade importante.
Era uma cidade feia e suja, rodeada de colinas negras, escavadas pela maquinaria. A rua principal, devido ao tráfego, estava reduzida a uma pasta repugnante de neve e lama escura. Os passeios eram estreites e irregulares. Os lampiões de gás apenas iluminavam as portas das casas de madeira, com varanda igualmente suja.
Contudo, o centro da cidade já estava mais iluminado, com lojas, bares e casas de jogo onde os mineiros acabavam por gastar todo o seu salário, embora este lhes fosse pago generosamente.
- Esta é a sede do Sindicato - informou o guia, apontando para um bar cujo edifício tinha três pisos, como uma hospedaria. O chefe é Jack Mac Ginty.
-Que espécie de homem é ele?
- O quê? Nunca ouviu falar de Mac Ginty? Os jornais já se lhe têm referido.
- Porquê?
- Por causa daqueles «negócios»...
- Que negócios?
- É espantoso como ainda não o saiba.