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Capítulo 3: 3 - O Mistério de Lauriston Gardens

Página 30
Estava tão absorto com o seu trabalho que parecia não dar pela nossa presença, porque esteve sempre a falar consigo mesmo em voz baixa, não deixando de soltar uma série contínua de exclamações, gemidos, assobios e gritinhos que sugeriam encorajamento e esperança. Enquanto o observava não pude deixar de pensar num cão de caça, de raça pura e bem treinado, quando se precipita para trás e para a frente no abrigo a ganir de impaciência até encontrar o rasto perdido. Durante vinte minutos ou mais continuou as investigações, medindo com a máxima precisão a distância entre as marcas, que eu não conseguia ver, e de vez em quando punha a fita nas paredes de uma maneira igualmente incompreensível. Num sítio, apanhou do chão uma pequena porção de pó cinzento, com muito cuidado, e guardou-o num envelope. Por fim, examinou com a lupa a palavra na parede, passando com o maior rigor por cima de cada letra. Feito isto, pareceu satisfeito, visto que voltou a colocar a fita métrica e a lupa no bolso.

- Dizem que o génio é a capacidade infinita para fazer esforços - comentou ele com um sorriso. - É uma definição muito má, mas aplica-se ao trabalho de um detective.

Gregson e Lestrade tinham observado as manobras do seu colega amador com muita curiosidade e algum desdém. Evidentemente que não foram capazes de apreciar a circunstância, que eu começara a compreender, de que todos os actos mais insignificantes de Sherlock Holmes tinham um objectivo definido e prático.

- Que pensa disto, sir? - perguntaram os dois.

- Seria tirar-lhes as honras do caso se tomasse a liberdade de os ajudar - observou o meu amigo. - Vocês vão tão bem que seria uma pena que alguém interferisse. - Havia muito sarcasmo na sua voz quando falou. - Se me derem a conhecer o curso das investigações - prosseguiu -, ficarei satisfeito por os poder ajudar. Entretanto, gostaria de falar com o polícia que encontrou o corpo. Podem dar-me o nome e a morada dele?

Lestrade relance ou os olhos pelo bloco de apontamentos.

- John Rance - disse ele. - Agora não está de serviço. Encontrá-lo-á no n.º 46 de Audley Court, Kennington Park Gate.

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Capa do livro Um Estudo em Escarlate
Páginas: 127
Página atual: 30

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Primeira Parte: 1 - O Sr. Sherlock Holmes 1
2 - A Ciência da Dedução 10
3 - O Mistério de Lauriston Gardens 21
4 - O que John Rance Tinha para Contar 32
5 - O Nosso Anúncio Traz um Visitante 39
6 - Tobias Gregson Mostra o que Sabe Fazer 46
7 - Luz na Escuridão 55
Segunda Parte: 1 - Na Imensa Planície de Alcali 65
2 - A Flor de Utá 76
3 - John Ferrier Fala com o Profeta 84
4 - Uma Fuga para Salvar a Própria Vida 90
5 - Os Anjos Vingadores 100
6 - Uma Continuação das Memórias do Dr. John Watson 110
7 - A Conclusão 122