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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 158

Estes pensamentos oprimiram-me tanto que comecei a perder os desejos que sentia pela empresa. Depois de ter conduzido a minha embarcação para uma espécie de enseada, alcancei a margem, e sentei-me no solo sobre um pequeno cerro, muito pensativo e inquieto, indeciso entre o temor e o desejo de empreender a viagem. Por último, quando já estava cansado de reflectir, observei que a maré mudava, e que a preia-mar começava a fazer-se sentir, o que me impossibilitava por largo tempo a partida. Resolvi então subir à ponta mais alta que pude encontrar, e observar que rota seguiriam as correntes durante a preia-mar, para avaliar se, levado por uma delas, estando no mar, haveria alguma outra que pudesse arrastar-me com a mesma rapidez. Mal havia pensado nisto, descobri uma pequena colina, donde se distinguiam as duas margens da ilha, e da qual pude ver a direcção das correntes e da maré. Convenci-me de que a corrente da baixa-mar partia da ponta sul da ilha e que a da preia-mar vinha pelo lado norte; nada mais tinha, pois, do que dirigir-me para o norte da ilha aquando do regresso para que tudo saísse bem.

Animado com esta observação, decidi partir no dia seguinte pela manhã, à hora em que a maré subisse; e, de facto, depois de ter passado a noite na piroga coberto com um dos sobretudos, pus o meu projecto em execução. Comecei por dirigir-me um pouco para o largo na direcção norte, até que dei com uma corrente que me levou para leste, e que efectivamente me conduziu mas que, no entanto, não me dominou a ponto de me impedir de dirigir a canoa, como da outra vez o fizera a corrente do sul, e auxiliado pelos remos fui direito ao buque naufragado, que alcancei em menos de duas horas.

Que triste espectáculo se me deparou à vista! O buque, que me pareceu espanhol devido à sua construção, estava encravado entre dois penhascos. A popa e uma parte do casco tinham sido destroçados pelo mar; ao chocar contra as rochas com violência, tinham-se partido pelo mesmo pé o mastro maior e o traquete; mas o gurupés encontrava-se em bom estado, e o escovém também parecia sólido.

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pág. 158 (Capítulo 9)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 158

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236