Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: Capítulo 9

Página 159
Assim que me acerquei apareceu um cão na coberta, o qual se pôs logo a ladrar; mal o chamei, atirou-se ao mar, dirigiu-se para mim e eu ajudei-o a entrar na canoa. Encontrando-o meio morto de fome e sede, dei-lhe um bocado de pão, que devorou como se fosse um lobo faminto que tivesse estado quinze dias no meio da neve sem comer; em seguida, fi-lo sorver um pouco de água fresca, e, se lho permitisse, teria bebido até rebentar.

Subi depois a bordo; a primeira coisa que me feriu a vista foi dois homens afogados perto da cozinha, sobre o convés da proa, e que estavam abraçados. Tirei como consequência desta particularidade, e efectivamente era o provável, que no momento em que a embarcação se achou no meio do temporal, as ondas seriam tão altas e suceder-se-iam com tanta rapidez que aqueles desgraçados não tinham podido resistir, e haviam sido afogados no próprio convés pelo contínuo choque das ondas, como se tivessem estado debaixo de água. À excepção do cão, nenhum ser vivo ficara no buque; e todo o carregamento, conforme pude ver, fora avariado pela água do mar. Apesar disso, vi no porão alguns tonéis de licor, não sei se de vinho se de aguardente, e que a água ao retirar-se havia deixado em seco; mas eram demasiado grandes para que eu pudesse carregar com eles. Vi também algumas arcas que julguei deverem pertencer aos marinheiros; coloquei duas na minha canoa sem examinar o conteúdo.

Se em vez da popa se houvesse destroçado apenas a proa, estou persuadido de que teria' feito uma viagem excelente pois, a avaliar pelo que havia dentro das arcas, era de presumir que o buque ia carregado com muitas riquezas. Pela rota que levava, supus que devia ter sido fretado em Buenos Aires ou no Rio da Prata, na América do Sul, mais a sul do Brasil, ou em Havana, ou no Golfo do México, e daí talvez para Espanha. Sem dúvida alguma aquela embarcação encerrava grandes tesoiros que assim se perderam para o mundo. Quanto à tripulação, ignorava o que fora feito dela.

<< Página Anterior

pág. 159 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 159

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236