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Capítulo 6: Capítulo 6

Página 84
Mas logo vi as coisas sob outro aspecto distinto: recordei, com uma espécie de horror, a minha vida passada, e as minhas faltas pareceram-me tão graves que só pedi a Deus que me perdoasse os meus pecados, cujo peso me oprimia terrivelmente.

Embora a minha situação continuasse a ser tão miserável no que respeitava ao meu modo de viver, ela chegou, mesmo assim, a ser-me mais tranquila para o espírito. Daí em diante, graças à leitura constante das Escrituras Sagradas e ao uso frequente da súplica a Deus, os meus pensamentos dirigiram-se para coisas de natureza mais elevada, e experimentei confortos interiores até então desconhecidos. E como, além disso, ia recuperando a saúde e as forças de dia para dia, trabalhava assiduamente para me fornecer de tudo o que me faltava e criar uma vida tão regular quanto me fosse possível.

De 4 a 14 de Julho a minha ocupação principal foi dar, com a escopeta ao ombro, frequentes passeios curtos, conforme convém a um convalescente que procura restabelecer-se. Na verdade, seria impossível imaginar como estava debilitado e fraco. O remédio que usara talvez nunca haja curado as febres, motivo por que não posso recomendá-lo, pois se por um lado me atalhou o mal, por outro contribuiu para me enfraquecer extremamente, e estive sujeito durante algum tempo a irritações nervosas e a convulsões. Aprendi também que era uma imprudência sair durante a estação das chuvas, sobretudo quando a acompanhavam tempestades, pois assim eram as chuvas estivais, sempre tempestuosas, o que as tornava mais insalubres do que as de Setembro e Outubro.

Havia cerca de dez meses que habitava nesta ilha desafortunada; tinha-se-me afastado inteiramente da imaginação a esperança de conseguir sair dela; acreditei firmemente que jamais uma criatura humana tinha pisado aqueles sítios. Em meu entender, a minha casa encontrava-se então ao abrigo de todo e qualquer ataque, e sentia desejos vivíssimos de reconhecer mais completamente a ilha e tratar de descobrir algumas produções que, sem dúvida, seriam de mim desconhecidas.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 84

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236