Ele estivera muito ardentemente ligado a ela e, desde então, nunca vira uma mulher que considerasse sua igual; mas, exceptuando um natural sentimento de curiosidade, não tinha desejo algum de voltar a encontrá-la. O poder que Anne tinha exercido sobre ele desaparecera para sempre.
Agora o seu objectivo era casar. Era rico, e como desembarcara tinha toda a intenção de assentar assim que se sentisse devidamente tentado: andava, realmente, à procura, pronto para se apaixonar com toda a rapidez que uma cabeça desanuviada e um gosto apurado podiam consentir. Tinha o coração aberto para qualquer das irmãs Musgrove, se elas soubessem prendê-lo, um coração, em suma, aberto para qualquer jovem agradável que encontrasse no seu caminho - excepto para Anne Elliot. Esta era a sua única excepção secreta, quando disse à irmã, em resposta às conjecturas dela:
- Sim, aqui estou, Sophia, inteiramente preparado para fazer um casamento tolo. Qualquer uma que tenha entre quinze e trinta anos me pode ter de mão bei j ada. Um pouco de beleza, alguns sorrisos e uns elogios à Armada, e sou um homem perdido. Não achas que isso deve ser o suficiente para um marinheiro que não teve nenhum convívio com mulheres que o tornasse exigente?
A irmã compreendeu que ele falava assim para que o contradissesse. O seu olhar brilhante e altivo denunciava a feliz convicção de que era exigente, e Anne Elliot não estava ausente dos seus pensamentos quando descreveu de modo mais sério a mulher que desejaria encontrar. «Uma mente forte, com doçura de maneiras», eis uma frase que continha o essencial da descrição.
- Essa é a' mulher que eu quero - declarou.