- Exactamente - respondeu Holmes. - Quem são esses dois homens, Mr. Blessington, e porque querem incomodá-lo?
- Bem, bem - disse ele em tom nervoso -, claro que é difícil dizer. Não lhe posso dar uma resposta a esse respeito, Mr. Holmes.
- Quer dizer que não sabe?
- Entre aqui, por favor. Tenha a bondade de entrar aqui. Abriu caminho para o seu quarto, que era grande e confortavelmente mobilado.
- O senhor vê aquilo? - disse, apontando para uma grande caixa preta na extremidade da sua cama. - Nunca fui muito rico, Mr. Holmes, e nunca fiz senão um investimento na minha vida, como o Dr. Trevelyan lhe pode dizer. Não tenho confiança nos banqueiros. Jamais acreditaria num banqueiro, Mr. Holmes. Aqui entre nós, o pouco que tenho está naquela caixa. O senhor pode compreender, pois, o que significa para mim quando pessoas desconhecidas entram nos meus aposentos.
Holmes olhou para Blessington de modo inquiridor e sacudiu a cabeça.
- Não o posso aconselhar se o senhor tenta enganar-me - disse ele.
- Mas eu disse-lhe tudo.
Holmes voltou-lhe as costas com um gesto de desgosto.
- Boa noite, Dr. Trevelyan - disse ele.
- E nem o menor conselho para mim? - gritou Blessington, numa voz entrecortada.
- O meu conselho é que diga a verdade.
Um minuto depois estávamos na rua de regresso a casa. Atravessámos a Oxford Street e já estávamos a meio caminho da Harley Street sem que eu conseguisse arrancar uma palavra ao meu companheiro.
- Lamento tê-lo feito sair para uma missão tão tola, Watson - disse por fim. - Mas, no fundo, é um caso muito interessante.
- Confesso que não compreendo.