As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 10: O Tratado Naval Pág. 228 / 274

- O senhor vê algum indício?

- A senhora forneceu-me sete. Mas tenho, é claro, que os estudar bem antes de me pronunciar sobre o seu valor.

- Suspeita de alguém?

- De mim próprio.

- Que diz?

- De chegar a conclusões precipitadas.

- Vá então a Londres examinar as suas conclusões.

- O seu conselho é excelente, Miss Harrison - disse Holmes, levantando-se. - Parece-me, Watson, que é o melhor que temos a fazer. Entretanto, não se deixe animar com falsas esperanças, Sr. Phelps. O assunto está muito complicado.

- Esperá-lo-ei ansioso - exclamou o diplomata.

- Voltarei amanhã, no mesmo comboio, embora seja mais provável que o meu relatório venha a ser negativo.

- Deus lhe pague a promessa de vir - disse o nosso cliente. - O facto de saber que se está a fazer alguma coisa dá-me novo alento. A propósito, recebi uma carta de lorde Holdhurst.

- Sim? E o que diz?

- Mostrou-se frio, mas não severo. Estou convencido de que é o meu estado de saúde que o impede de ser agressivo. Frisa que o assunto é da maior importância e acrescenta que nenhum passo será dado em relação ao meu futuro - quer ele dizer, a minha demissão - até que me restabeleça e tenha então uma oportunidade de reparar a minha desgraça.

- Bem, foi razoável e indulgente - disse Holmes, que acrescentou, dirigindo-se a mim: - Vamos, Watson, que temos à nossa frente um dia em cheio.

Sr. Joseph Harrison levou-nos de carro até à estação. Durante o caminho de regresso, no comboio de Portsmouth, Holmes manteve-se mergulhado em profunda meditação e não abriu a boca até passarmos o entroncamento de Clapham.

- É muito agradável entrar em Londres por estas linhas construídas sobre viadutos de modo a poder ver de cima casas como estas.





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