O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 143 / 286

O meu grito de surpresa alertou o Professor Summerlee.

- Muito interessante! - disse ele, inclinando-se para a minha barriga da perna. - Uma grande carraça, creio, que nunca foi referenciada.

- Aí está um bom augúrio para o nosso trabalho!- disse Challenger.- Não podemos fazer menos do que baptizá-la Ixodes Maloni. Foi picado, meu jovem amigo, mas este ligeiro inconveniente não pode fazê-lo desdenhar, estou certo, o glorioso privilégio de ficar com o seu nome inscrito nas placas da zoologia eterna. O que é pena é que tenha esmagado este lindo espécime quando ele estava saciado.

- É um verme imundo! - gritei.

O Professor Challenger ergueu as sobrancelhas em sinal de protesto e assentou-me uma pata indulgente no ombro.

- Deveria cultivar a sua visão científica das coisas e por conseguinte, desenvolver o desapego do espírito - disse-mo. ~ Para um homem dotado de um temperamento filosófico como o meu, a carraça, com a sua tromba que se parece com uma lanceta e o estômago extensível, é um prodígio da natureza tal como o pavão, ou a aurora boreal. Ouvindo-o falar com tal ligeireza, sinto-me penalizado! Espero que com um pouco de aplicação da nossa parte recolhamos outros espécimes.

- Sem qualquer dúvida - disse o Professor Summerlee. - Porque acabo de ver um a deslizar pelo colarinho da sua camisa.

Challenger deu um salto no ar bufando como um touro; na sua pressa, rasgou o casaco e a camisa. Summerlee e eu próprio desatámos às gargalhadas, o que nos impediu de ajudá-lo.





Os capítulos deste livro