Não aborrecerei os meus leitores eventuais com a narrativa da nossa luxuosa viagem a bordo do paquete da linha Booth, e nada direi da estada de uma semana em Pará (a não ser que reservo todo o meu reconhecimento à companhia Pereira de Pinto que nos facilitou grandemente as coisas para o nosso equipamento). Serei igualmente breve quanto ao circuito no rio, que começámos a subir num barco a vapor muito mais pequeno do que aquele que nos fizera atravessar o Atlântico: a água estendia-se a perder de vista, com um caudal lento e uma cor argilosa. Acabámos por chegar à cidade de Manaus após termos atravessado as paisagens de Óbidos. Graças a Mr. Shortman, representante da British & Brazilian Trading Company, escapámos às atracções reduzidas do hotel local. Ficámos em casa dele, na sua fazenda muito hospitaleira, até ao dia que o Professor Challenger tinha fixado para podermos tomar conhecimento das suas instruções. Mas antes de relatar os acontecimentos surpreendentes que ocorreram nesta data, desejaria apresentar mais claramente os meus companheiros e os associados que havíamos reunido já na América do Sul. Vou exprimir-me com toda a franqueza e deixo-o livre para usar o meu material como entender, Mr. McArdle, pois é pelas suas mãos que deve passar este relato antes de alcançar o público.
Os conhecimentos científicos do Professor Summerlee são por demais conhecidos para que tenha de recapitulá-los aqui.