Mal a porta se fechou, logo Mrs. Challenger entrou na casa de jantar. Esta pacata senhora estava com um humor furioso. Barrou o caminho ao marido como o teria feito diante de um touro uma franganita enraivecida. Era evidente que tinha assistido à minha saída, mas não me vira entrar de novo. 
- Não passas de um bruto, George! - gritou. - Feriste aquele rapaz amável. 
Ele apontou o polegar para trás de si. - Olha para ele: está são e salvo. 
Ela mostrou-se confusa, mas não demasiadamente. - Desculpe-me, não o tinha visto. 
- Asseguro-lhe, minha senhora, que está tudo muito bem. 
- Deixou-lhe uma marca no seu pobre rosto! Oh, George, és um grande bruto! De uma semana para a outra, só escândalos! Toda a gente te detesta e faz pouco de ti. A minha paciência está no fim. E isto é a gota de água... 
- A roupa suja lava-se em família! - grunhiu o professor. 
- Mas já não existe segredo! - exclamou ela. - Que julgas tu? 
Toda a rua, Londres inteira... Saia, Austin, não precisamos de si aqui. Acaso supunhas que ninguém zombava de ti? Onde está a tua dignidade? Tu, um homem que deveria ser o reitor de uma grande universidade em que mil estudantes te referenciariam? Que fizestes da tua dignidade, George? 
- E que fazes tu da tua, minha querida? 
- Submetes-me a provas demasiadamente rudes. Um bruto, um bruto berrador e ordinário, eis o que te tornaste! 
- Sê gentil, Jessie! 
- Um touro furioso, um touro que muge perpetuamente! 
- Acabaste de dizer-me coisas desagradáveis?