O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 247 / 286

Um deles soltou um grunhido dilacerante e poisou a cabeça achatada por terra. O outro deitou-se enrolado e uivou num tom agudo; agitou-se com desespero e, depois, aquietou-se para agonizar tranquilamente. Com gritos de triunfo, os índios saíram das cavernas e dançaram uma ronda frenética em redor dos dois cadáveres: estavam loucos de alegria com a ideia de que dois dos seus mais ferozes inimigos tinham sido mortos. A noite esquartejaram os corpos ( não para comê-los porque o veneno ainda estava activo) e afastaram-nos para evitar uma epidemia. Os corações dos grandes répteis, contudo, cada um deles tão grande como um travesseiro, ficaram ali: continuaram a bater lenta e regularmente numa horrível vida independente. Só no terceiro dia é que cessaram estas pulsações aterradoras.

Um dia, quando eu dispuser de uma secretária melhor do que uma lata de conserva, e de instrumentos de trabalho mais adequados do que um lápis mirrado e um último caderno de apontamentos todo rasgado, escreverei uma relação mais completa dos índios Acala, as nossa passagem por eles e das estranhas condições de vida reunidas nesta maravilhosa Terra de Maple White. A sua lembrança, estou certo, ficará gravada na minha memória tão fielmente como se imprimem na memória virgem das crianças as suas primeiras impressões que fogem ao normal. Nada pode apagar o que foi profundamente gravado! Chegado o momento descreverei os esplendores de certos luares quando, por exemplo, um jovem ictiossáurio (estranha criatura, meio vitelo marinho,





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