O Vale do Terror - Cap. 5: Capítulo 5 – A Personagem do Drama Pág. 48 / 172

- Há quase seis anos que Douglas abandonou a Califórnia. O senhor seguiu-o, um ano depois, não é exacto?

- Perfeitamente.

- E ele estava casado havia cinco anos... O senhor deve ter voltado, mais ou menos, por ocasião do seu casamento.

- Cerca de um mês antes. Servi-lhe de padrinho.

- Conhecia Mrs. Douglas, antes do casamento?

- Não. Estive dez anos ausente de Inglaterra.

- Não obstante o senhor viu-a frequentemente depois disso.

Barker olhou severamente para o polícia.

- Depois disso, encontrei-me várias vezes com Douglas - retorquiu - Se a tenho visto, é porque raramente se visita um homem casado sem ver a mulher. Se julga haver alguma, relação...

- Não julgo, nada Mr. Barker. Sou forçado a pedir informações sobre tudo o que possa fazer luz neste caso. Não tenho intenção de, ofendê-lo.

- Certas perguntas são injuriosas - replicou Barker, irritado.

-Queremos apenas factos. É do seu interesse que sejam esclarecidos. Mr. Douglas aprovava incondicionalmente a amizade que unia o senhor à sua mulher?

Barker tornou-se lívido e as suas mãos grandes e fortes comprimiram-se, uma contra a outra, num gesto convulsivo.

- O senhor não tem o direito de fazer tais perguntas - gritou. - Que tem isso a ver com o assunto que está a, investigar?

- Sou forçado a insistir na pergunta.

-E eu recuso-me a responder-lhe.

- Pode recusar-se, mas deve compreender que a sua negativa é, por si própria, uma resposta, pois não faria tal coisa, se não tivesse algo a esconder.

O rosto de Barker sombreou-se e as vastas sobrancelhas negras contraíram-se mas, de súbito, acalmou-se e sorriu.

- Pois bem! Afinal de contas, concordo que estão apenas a cumprir o vosso dever e eu não tenho o direito de criar-lhes obstáculos.





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