se as estrelas, 
Para alcançar licença de ser belas, 
Foram pedir a alguém o santo-selo? 
 
Se foi Deus, quando o sol saiu do abismo, 
Que à luz do infinito o baptizou; 
Ou se algum bispo foi que o sustentou, 
Inda infante, nas fontes do baptismo? 
 
Se há quem tenha na terra monopólio 
Do câmbio-livre, que se chama Ideia? 
Se a Verdade não vale um grão de areia 
Sem que, antes, a baptize o santo-óleo? 
 
Se terá mais comércio co’as estrelas 
O velho livro ou o novo coração? 
Quem vai mais perto - a forma ou a inspiração - 
Das grandes coisas e das coisas belas? 
 
Que, nesta confusão, nestas desordens, 
Se veja, enfim, bem claro, à luz dos céus, 
Se o Messias nasceu entre os Judeus, 
Ou se, quando nasceu, já tinha ordens? 
 
Sim! que afinal se saiba tudo isto, 
E se veja o caminho aonde vamos.