Odes Modernas - Cap. 17: CAPÍTULO VII - AOS MISERÁVEIS Pág. 97 / 143

tiaras, ceptros, potestade,

Que pesam na balança da Verdade?

Mas a ideia, que sai da nossa fronte;

E a dor, que irrompe e rasga o nosso peito;

Mas a água, que tem numa alma a fonte;

E o feto, que nasceu todo imperfeito;

E o ai de um triste em solitário monte;

E um pranto maternal em frio leito;

Eis quem pesa no prato da balança

Onde se mede o amor e a esperança!

Esperança! debalde não se sofre!

Ó vós que andais curvados, vede a altura

E dizei-nos se pode dar de chofre

No lodo quem nasceu da formosura?

E espalhar os brilhantes do seu cofre

Entre as urzes, e pobre e em noite escura

Ir curvado sem ver a coisa-bela

Quem nasceu para andar de estrela em estrela?

Caminhai para a estrela da alvorada

Que vos sorri de lá - não tenhais





Os capítulos deste livro