Que pesam na balança da Verdade?
Mas a ideia, que sai da nossa fronte;
E a dor, que irrompe e rasga o nosso peito;
Mas a água, que tem numa alma a fonte;
E o feto, que nasceu todo imperfeito;
E o ai de um triste em solitário monte;
E um pranto maternal em frio leito;
Eis quem pesa no prato da balança
Onde se mede o amor e a esperança!
Esperança! debalde não se sofre!
Ó vós que andais curvados, vede a altura
E dizei-nos se pode dar de chofre
No lodo quem nasceu da formosura?
E espalhar os brilhantes do seu cofre
Entre as urzes, e pobre e em noite escura
Ir curvado sem ver a coisa-bela
Quem nasceu para andar de estrela em estrela?
Caminhai para a estrela da alvorada
Que vos sorri de lá - não tenhais