O Principezinho - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 29 / 78

- Adeus - disse para a flor.

Mas ela não lhe respondeu.

- Adeus - repetiu o principezinho.

A flor tossiu. Mas não era por causa da constipação.

- Fui muito parva - acabou finalmente por dizer. - Desculpa. Vê se consegues ser feliz.

Ficou espantado por ela não se pôr com recriminações. E para ali se deixou ficar, totalmente desconcertado, de redoma no ar. Não conseguia compreender aquela mansidão, aquela calma.

- Porque é que estás tão admirado? É evidente que eu te amo - disse a flor. - Nunca o soubeste, por culpa minha. Mas isso, agora, já não tem qualquer importância. Olha que tu também foste tão parvo como eu. Agora, vê lá se consegues ser feliz... E deixa essa redoma em paz. Já não a quero.

- E o vento?

- Não estou tão constipada como isso... O fresco da noite há-de fazer-me bem. Sou uma flor!

- E os bichos?

- Duas ou três lagartas terei eu de suportar se quiser saber como são as borboletas. Parece que são tão bonitas! E, se não forem elas, quem é que se lembra de me vir cá visitar? Tu, tu hás-de estar bem longe. E dos bichos maiores, não tenho nada a recear. Afinal, para que quero eu as minhas garras?

E mais uma vez exibia ingenuamente os seus quatro espinhos. Depois, ainda disse:

- Não fiques para aqui a empatar, que me irritas! Não te resolveste ir embora? Pois então vai!...

Porque ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor tão orgulhosa...





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