Porque o que importava sobretudo ao rei era que a sua autoridade fosse respeitada. Não tolerava desobediências. Era um monarca absoluto. Mas como era muito bom, só dava ordens sensatas. Costumava dizer:
"Se eu ordenasse a um dos meus generais que se transformasse em gaivota e se ele não me obedecesse, a culpa não era do meu general. A culpa era minha."
- Posso-me sentar? - perguntou timidamente o principezinho. - Ordeno-te que te sentes! - respondeu o rei, recolhendo majestosamente uma aba do seu manto de arminho.
Mas havia uma coisa que intrigava o principezinho. Aquele planeta era minúsculo. Sobre quem poderia ele reinar?
- Perdoe-me, Majestade - disse ele -, mas gostava de vos perguntar...
- Ordeno-te que me perguntes! - apressou-se a responder o rei.
- Majestade... sobre quem reinais vós?
- Sobre tudo - respondeu o rei, com uma grande simplicidade.
- Sobre tudo?
O rei fez um gesto discreto que abrangeu aquele planeta, todos os outros planetas e todas as estrelas.
- Sobre tudo isto? - perguntou o principezinho.
- Sobre tudo isto... - respondeu o rei.
Porque se tratava não só de um monarca absoluto como também de um monarca universal.
- E as estrelas obedecem a Vossa Majestade?
- Claro - disse o rei. - Obedecem imediatamente. Eu não tolero indisciplinas.