Tornei a chamá-lo e fiz-lhe sinais para que se aproximasse, que facilmente compreendeu. Deu então alguns passos, depois parou, avançou um pouco mais, voltou a deter-se, e vi-o tremer como se se julgasse meu prisioneiro e estivesse certo de morrer como os seus dois inimigos. Chamei-o pela terceira vez, e fiz-lhe todos os sinais que fui capaz de inventar para o animar. Finalmente, acercou-se a pouco e pouco, ajoelhando-se cada dez ou doze passos para me manifestar o seu reconhecimento por lhe ter salvo a vida. Sorri o mais carinhosamente possível, convidando-o sempre a aproximar-se. Por fim, tendo chegado já perto, voltou a ajoelhar-se, beijou a terra e agarrou um dos meus pés, que pôs sobre a cabeça; isto era como que o juramento de se fazer para sempre meu escravo. Levantei-o, acarinhando-o para o animar.
Mas a minha tarefa ainda não estava concluída; depressa me apercebi de que o canibal, que julgara morto com a coronhada, apenas se encontrava aturdido. Apontei-o com o dedo ao selvagem, fazendo-lhe notar que não estava morto.