Robinson Crusoe - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 229 / 241

Ou seja, doze homens no total, além dos cinco que tinha como reféns na gruta.

Perguntei ao comandante se estava disposto a aventurar-se com estas forças na abordagem do buque. Não era oportuno que Sexta-Feira e eu nos afastássemos, porque tínhamos de guardar sete homens e bastante que fazer em vigiá-los separadamente e em prover à sua subsistência. Resolvi que os cinco homens que estavam na gruta permanecessem amarrados, mas Sexta-Feira tinha de ir todos os dias visitá-los e dar-lhes o que fosse preciso; os dois outros deviam ser utilizados a levar as provisões até certa distância, onde Sexta-Feira ia recolhê-las.

Quando me apresentei aos dois últimos, que eram os reféns, ia comigo o comandante, que lhes disse que eu era a pessoa encarregada pelo governador de vigiá-los; que o dito senhor lhes proibira de ir fosse onde fosse sem a sua autorização; que se desobedecessem a tais ordens seriam conduzidos ao castelo e carregados de grilhetas. Dado que não lhes tínhamos permitido que me vissem como sendo o dito governador, eu representava agora outro personagem, falando do governador, da guarnição, do castelo e de coisas do estilo. O comandante não tinha então outra dificuldade para aparelhar as duas chalupas do que reparar o buraco que havíamos feito na primeira e tripulá-las. Entregou ao seu passageiro o mando duma, com quatro marinheiros; o imediato e os cinco marinheiros restantes embarcaram na outra. A empresa foi tão bem calculada que chegaram perto do buque à meia-noite. Assim que ficaram ao alcance da voz, o comandante ordenou a Robert que chamasse com a buzina os do buque, e lhes dissesse que regressavam com o pessoal e a chalupa mas que lhes custara muito tempo e trabalho para poder dar Com eles. Robert teve o cuidado de assim os distrair dando tempo aos que se aproximavam de ficarem colocados ao lado do buque.





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