Quando tudo ficou concluído e se assenhorearam do convés, o comandante ordenou ao imediato que forçasse com três homens a entrada do camarote do conselho, onde se achava o novo comandante dos revoltosos. Este, provido de armas de fogo, tinha-se encerrado com dois marinheiros e um grumete ao primeiro sinal de alarme. E quando o imediato, auxiliado por uma alavanca, deitou a porta abaixo, o novo comandante e os companheiros fizeram fogo atrevidamente; o imediato ficou ferido por uma bala que lhe partiu o braço; outros dois foram também feridos, mas felizmente não morreu ninguém.
Pedindo socorro, o imediato precipitou-se, mesmo ferido, para dentro do camarote do conselho, e disparou um tiro de pistola na cabeça do comandante dos insubordinados, a quem a bala entrou pela boca e saiu por detrás da orelha, deixando-o morto acto contínuo. Então os restantes renderam-se, e o buque foi recuperado sem necessidade de derramar mais sangue.
No momento em que se voltou a apossar da embarcação, o comandante mandou disparar sete tiros de canhão, sinal de antemão convencionado para me avisar do seu bom êxito, que ouvi, como pode compreender-se, com a maior das alegrias; senti-me maravilhado quando o soube, já que tinha ficado de atalaia, sentado na praia, até cerca das três da madrugada.