O Vil Metal - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 238 / 257

- Pois bem, sim, gostava que tal acontecesse. Mas gostava apenas. Não te obrigarei a fazê-lo. Detestaria ver-te proceder contra a tua vontade. Quero que te sintas livre.

- Real e verdadeiramente livre?

- Sim.

- Compreendes o que isso significa? Supõe que decidia abandonar-te e ao bebé?

- Se na verdade quisesses, paciência. És livre... absolutamente livre.

Passados mais alguns minutos, Rosemary retirou-se.

Mais tarde ou no dia seguinte, Gordon comunicar-lhe-ia o que decidira. Embora não houvesse a certeza absoluta de que a New Albion o readmitiria, mesmo que ele pedisse, era natural que o fizesse, em face do que Mr. Erskine dissera.

- Havia de ser óptimo para ti, hem? Mas estavas muito interessada em que eu voltasse para a New Albion. Mudaste de ideias?

- Ponderei a situação. Sei que te desagradaria ficares preso a uma ocupação regular. Não te censuro, no fundo. Tens a tua vida para viver.

Gordon continuou a reflectir por uns momentos e disse:

- Tudo se resume ao seguinte: ou caso contigo e volto para a New Albion ou procuras um desses abomináveis médicos para que pratique em ti uma carnificina por cinco libras.

Ao ouvir estas palavras, Rosemary soltou-se das mãos dele e levantou-se para o encarar. O que Gordon dizia perturbava-a, pois tornava a situação mais clara e hedionda que anteriormente.

- Por que falas assim?

- Bem, são essas as alternativas.

- Nunca tinha observado o assunto desse ângulo. Vim com a intenção de proceder imparcialmente. Afinal, dá a impressão de que pretendo forçar-te a tomar uma decisão... Tirando partido da tua sensibilidade com a ameaça de me livrar do feto. Uma espécie de vergonhosa chantagem.

- Não pretendo nada disso. Limitei-me a citar os factos.

O rosto dela estava cheio de sulcos e as sobrancelhas quase unidas. No entanto, jurara a si própria não provocar uma cena. Gordon adivinhava o que tudo aquilo representava para ela. Não conhecia os pais, mas podia imaginá-los.





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