Mas quando acabavam de transpor o primeiro lanço de degraus, ela parou e segurou o corrimão com vigor. Os lábios entreabriram-se e assumiu uma expressão estranha par um momento, De súbita, pousou a mão no ventre.
- Gordon...
-Que tens?
- Sinto-o mexer.
- Sentes mexer o quê?
- O bebé. Senti-o mexer-se dentro de mim.
- Palavra?
As entranhas dele foram invadidas par uma impressão singular, quase terrível, uma espécie de convulsão de ternura. Por um momento, pareceu-lhe que se unia a Rosemary sexualmente, mas de uma maneira subtil que nunca imaginara.
Deteve-se um au dois passos abaixo dela, ajoelhou-se, pousou a orelha no ventre e escutou.
- Não oiço nada - acabou por declarar.
- Com certeza que não, tonto! Ainda faltam meses para isso.
- Mas hei-de ouvi-lo mais tarde, não é verdade?
- Suponho que sim. Tu podes ouvi-lo aos sete meses e eu posso senti-lo aos quatro. Creio que é assim.
- Mas mexeu-se mesmo? Tens a certeza? Sentiste-o realmente mexer?
- Sem dúvida. Garanto-te que se mexeu.
Continuou ajoelhado por um longo momento, a cabeça na superfície suave do ventre dela, que lhe colocou as mãos na nuca e exerceu pressão. No entanto, Gordon não conseguia ouvir nada - apenas o latejar do sangue na sua própria orelha. Mas ela não podia ter-se equivocado. Algures lá dentro, na escuridão protegida, quente e almofadada, o feto estava vivo e movia-se.
Bem, voltavam a acontecer coisas na família Comstock.
FIM