Sangue Azul - Cap. 10: 10 Pág. 100 / 287

Anne não tentou sequer compreender as minúcias do sucedido, e nem mesmo ao capitão Wentworth pareceu serem feitas confidências totais, neste caso. Mas que houvera um afastamento da parte do cavalheiro e uma cedência da parte da dama, e que eles se sentiam agora muito felizes por estarem de novo juntos, isso não admitia dúvidas. Henrietta parecia um pouco envergonhada, mas muito satisfeita, e Charles Hayter muitíssimo feliz, e dedicaram mutuamente toda a atenção um ao outro, desde o instante em que se puseram todos a caminho de Uppercross.

Tudo indicava agora que Louisa seria para o capitão Wentworth; nada parecia mais claro. Quando o grupo tinha de se separar, ou mesmo quando não tinha, eles caminhavam lado a lado, quase tanto como os outros dois. Numa longa faixa de terra de pastagem, onde havia amplo espaço para todos, dividiram-se, formando três grupos distintos - e Anne teve necessariamente de fazer parte do grupo de três que demonstrava menos animação e contentamento.

Juntou-se a Charles e a Mary, sentindo-se suficientemente fatigada para aceitar de bom grado o braço livre de Charles. Mas este, embora de muito bom humor com ela, estava irritado com a mulher. Mary mostrara-se descortês com ele, e agora sofria as consequências: ou seja, ele largava-lhe o braço quase a todo o momento, para cortar as cabeças de algumas urtigas da sebe com a chibata. E quando Mary começou a queixar-se disso, e a lamentar-se de que estava a ser desconsiderada, como de costume, por se encontrar do lado da sebe, enquanto Anne, do outro lado, nunca era incomodada, ele largou os braços de ambas para correr atrás de uma doninha que entrevira momentaneamente - e elas tiveram dificuldade em conseguir que regressasse à sua companhia.

Este comprido prado marginava uma azinhaga que o fim do carreiro por onde seguiam haveria de atravessar.