Sangue Azul - Cap. 11: 11 Pág. 106 / 287

O primeiro plano insensato foi que iriam de manhã e regressariam à noite, mas Mr. Musgrove, por amor aos seus cavalos, negou o seu consentimento. E, racionalmente consideradas as coisas, um dia em meados de Novembro não deixaria muito tempo para verem o lugar, depois de deduzidas sete horas, como a natureza da região exigia, para a ida e a volta. Por conseguinte, passariam lá a noite e o seu regresso só seria esperado ao jantar do dia seguinte. A melhoria foi considerada importante, e embora se tivessem reunido todos na Casa Grande para um pequeno-almoço muito madrugador e partissem de lá com grande pontualidade, passava tanto do meio-dia quando as duas carruagens - a carruagem de Mr. Musgrove com as quatro senhoras e o carro ligeiro de duas rodas de Charles, onde ele conduzia o capitão Wentworth - desceram a comprida encosta para Lyme e entraram na rua ainda mais íngreme da cidade propriamente dita, que se tornou evidente que só teriam tempo para olharem à sua volta antes de a luz e o calor do dia se extinguirem.

Depois de arranjarem acomodações, e de encomendarem um jantar numa das estalagens, a única coisa a fazer era, inquestionavelmente, caminharem a direito até ao mar. Tinham vindo demasiado tarde, no ano, para aproveitarem qualquer divertimento ou espectáculo que Lyme, como lugar público que era, pudesse oferecer. As casas de aluguer estavam fechadas, os que as costumavam alugar tinham partido quase todos, não se encontrava lá praticamente nenhuma família, além das dos residentes - e, como não há nada para admirar nos edifícios propriamente ditos, a notável localização da cidade, a rua principal que dá quase a impressão de correr para a água, o passeio para o Cobb, contornando a agradável pequena baía a que na época





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