Anne, assistindo-Henrietta com toda a força, desvelo e raciocínio que o instinto lhe dava, ainda tentava, de vez em quando, confortar os outros, acalmar Mary, animar Charles, apaziguar os sentimentos do capitão Wentworth. Os dois homens pareciam esperar que ela os orientasse.
- Anne, Anne - gritava Charles -, que vamos fazer a seguir? Em nome do céu, que vamos fazer?
Os olhos do capitão Wentworth estavam igualmente postos nela.
- Não seria melhor transportá-la para a estalagem? Sim, acho que seria, levem-na com cuidado para lá.
- Sim, sim, para a estalagem - repetiu o capitão Wentworth, relativamente calmo e ansioso por fazer alguma coisa. - Eu próprio a levo. Musgrove, cuide das outras.
Entretanto, a história do acidente espalhara-se entre os trabalhadores e barqueiros do Cobb, e muitos deles tinham-se juntado à sua volta, para serem úteis se fosse necessário e, em todo o caso, para observarem o espectáculo de uma jovem senhora morta, ou antes, duas jovens senhoras mortas, pois ao contrário da primeira notícia eram duas e não uma. Henrietta foi confiada a algumas das pessoas de melhor aspecto do grupo de curiosos, pois apesar de parcialmente reanimada estava completamente incapacitada de se mover sozinha. E assim, com Anne a caminhar a seu lado e Charles a ajudar a mulher, seguiram em frente, refazendo em sentido contrário, com sentimentos inexprimíveis, o caminho que recentemente, tão recentemente e de coração tão leve, tinham percorrido.
Ainda não tinham saído do Cobb quando os Harville vieram ao seu encontro.