Sangue Azul - Cap. 18: 6 Pág. 187 / 287

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Mary escusava de recear que a irmã estivesse nalguma medida preparada para a notícia. Nunca na sua vida se tinha sentido mais admirada. O capitão Benwick e Louisa Musgrove! Era quase maravilhoso de mais para acreditar. E foi só graças a um enorme esforço que conseguiu continuar na sala, manter um ar de serenidade e responder às perguntas comuns do momento. Felizmente para ela, não foram muitas. Sir Walter quis saber se os Croft viajavam com quatro cavalos e se iriam ficar numa parte de Bath conveniente para Miss Elliot e ele os visitar. Mas tirando isso mostrou pouca curiosidade.

- Como está a Mary? - perguntou Elizabeth e, sem esperar pela resposta, fez logo outra pergunta: - O que traz os Croft a Bath?

- Vêm por causa do almirante. Receia-se que esteja gotoso.

- Gota e decrepitude! - exclamou Sir Walter. - Coitado do velho cavalheiro.

- Eles têm alguns conhecimentos aqui? - indagou Elizabeth.

- Não sei. Mas custa-me a crer que, com a idade do almirante e a sua profissão, não tenha muitos conhecimentos num lugar como este.

- Desconfio - observou Sir Walter friamente - de que o almirante Croft é mais conhecido em Bath como o locatário de Kellynch-hall. Elizabeth, podemos arriscar-nos a apresentá-lo, e à sua mulher, em Laura-place?

- Oh, não, penso que não! Dada a nossa condição de primos de Lady Dalrymple, devemos ter muito cuidado para não a embaraçarmos com conhecimentos que ela possa não aprovar. Se não fôssemos da família, não teria importância, mas, como primos, ela sentir-se-ia muito escrupulosa em relação a qualquer proposta nossa. Acho melhor deixarmos os Croft encontrarem o seu próprio nível. Passeiam por aqui vários homens de aspecto esquisito que, segundo me disseram, são marinheiros. Os Croft relacionam-se com eles!

Esta foi a medida do interesse que a carta despertou em Sir Walter e Elizabeth.





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