Sangue Azul - Cap. 3: 3 Pág. 24 / 287

- Fez mais perguntas a respeito da casa, das condições e dos impostos do que o próprio almirante, e pareceu-me mais entendida em negócios do que ele. Além disso, Sir Walter, descobri que tinha familiares nesta região, assim como o marido. Quero dizer, é irmã de um cavalheiro que viveu em tempos entre nós, foi ela mesma quem mo disse, é irmã do cavalheiro que, aqui há uns anos, viveu em Monkford. Valha-me Deus, como se chamava ele? Neste momento não me consigo lembrar do seu nome, embora o tenha ouvido ultimamente. Penélope, minha querida, podes ajudar-me a recordar o nome do cavalheiro que viveu em Monkford, o irmão de Mrs. Croft?

Mas Mrs. Clay estava a conversar tão animadamente com Miss Elliot que não ouviu o pedido do pai.

- Não imagino a quem poderá querer referir-se, Shepherd.

Não me lembro de ter residido em Monkford nenhum cavalheiro desde o tempo do velho governador Trent.

- Valha-me Deus, que estranho! Desconfio de que não tardo a esquecer como eu próprio me chamo. Um nome que me é tão familiar, e eu até conhecia bem o cavalheiro em questão, de vista. Vi-o um cento de vezes, lembro-me de que uma vez me foi consultar a respeito de uma transgressão de um dos seus vizinhos, um agricultor que invadiu o seu pomar - muro derrubado, maçãs roubadas, apanhado em flagrante -, e depois, contrariando os meus conselhos, aceitou um acordo amigável. É realmente muito estranho!

Decorreu um momento...

- Suponho que se refere a Mr. Wentworth - disse Anne. Mr. Shepherd quase se derreteu de gratidão.

- Wentworth, era esse mesmo o nome! Mr. Wentworth, esse mesmo. Ele teve a coadjutoria de Monkford, Sir Walter, aqui há uns tempos, durante dois ou três anos. Chegou por volta de 1805, acho eu. Tenho a certeza de que se lembra dele.





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