«Brunton, o mordomo, estava na biblioteca. Encontrava-se sentado numa cadeira de repouso, completamente vestido, com uma tira de papel, que parecia um mapa, nos joelhos, e com a fronte mergulhada na mão, em profundo pensamento. Fiquei mudo de espanto, observando-o da escuridão. Uma pequena vela na borda da mesa derramava uma luz fraca, mas suficiente para mostrar que estava totalmente vestido. De repente, quando eu olhava, ele levantou-se da cadeira e, dirigindo-se a uma secretária ao lado, abriu-a e tirou uma das gavetas. Desta sacou um papel e, voltando ao seu assento, inclinou-se perto da vela na borda da mesa e começou a estudá-lo com muita atenção. A minha indignação pela calma com que examinava documentos da nossa família venceu-me, de modo que dei um passo em frente e Brunton, olhando para cima, viu-me de pé no limiar da porta. Pôs-se de pé rapidamente, o seu rosto ficou lívido de medo e enfiou no peito o papel que parecia um mapa que estivera a estudar.
«'- Então' - disse-lhe - 'é assim que paga a confiança que temos depositado no senhor? Pode deixar o seu lugar amanhã.'
«Curvou-se, com a aparência de um homem que está inteiramente esmagado, e saiu sem uma palavra.