«É claro que revistámos a casa toda, mas não existia nenhum vestígio do homem. E, como disse, há o labirinto de uma casa antiga, especialmente a ala original, que está agora praticamente desabitada. Mas foi remexido quarto por quarto, até ao sótão, sem se encontrar sinal do desaparecido. Era incrível que fugisse deixando toda a sua bagagem, mas onde estava ele? Chamei a polícia local, mas sem resultado. A chuva tinha caído durante a noite anterior, e examinámos o jardim e os caminhos em redor da casa, mas tudo em vão. O assunto estava neste estado quando um novo acontecimento afastou inteiramente a nossa atenção do mistério original.
«Durante dois dias Raquel permaneceu doente. Algumas vezes em delírio, outras com histerismo. Arranjou-se uma enfermeira para passar a noite com ela. Na terceira noite depois do desaparecimento de Brunton, a enfermeira, julgando que a doente estava a dormir tranquilamente, adormeceu na poltrona. Quando acordou de manhã cedo viu o leito vazio, a janela aberta e nenhum sinal da enferma. Fui imediatamente acordado e, com os dois lacaios, saí à procura da jovem. Não foi difícil saber a direcção que tinha tomado, porque, partindo-se de debaixo da sua janela, podíamos seguir-lhe as pisadas facilmente através do bosque até à beira da lagoa, onde desapareciam, rente ao caminho de cascalho que vai em direcção aos campos. A lagoa tem oito pés de fundo, e calcula o que sentimos quando vimos que o rasto da pobre demente terminava ali.