As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 6: O Enigma de Reigate Pág. 134 / 274

O inspector arregalou os olhos e Alec Cunningham soltou uma gargalhada. O velho Cunningham corrigiu o engano e devolveu o papel a Holmes.

- Mande publicá-lo o mais depressa possível - disse ele.

Holmes guardou cuidadosamente a tira de papel na sua carteira.

- E agora - continuou -, seria realmente bom que percorrêssemos todos juntos a casa, para verificar se este esquisito ladrão não levou nada com ele.

Antes de entrar, Holmes examinou a porta que havia sido forçada. Era evidente que fora introduzido um formão ou canivete na fechadura, forçando-a para trás. Vimos as marcas na madeira no sítio onde fora empurrada.

- O senhor então não usa trancas?

- Nunca o julgámos necessário.

- Não tem cão?

- Temos. Mas está preso do outro lado da casa.

- A que horas se deitam os seus criados?

- Cerca das dez horas.

- É portanto natural que a essa hora William estivesse também na cama?

- Perfeitamente.

- É curioso que nessa noite estivesse a pé. Ora, ficarei muito contente se o senhor quiser ter a bondade de nos mostrar toda a casa, Mr. Cunningham.

Um corredor lajeado, com uma cozinha ao fundo, dava, por uma escada de madeira, directamente para o primeiro andar e terminava num terraço em frente; depois havia uma segunda escada, mais ornamentada, que levava para o pórtico da fachada. Desse terraço entrava-se na sala de estar e em diversos quartos de cama, incluindo o de Mr. Cunningham e o do filho. Holmes andava devagar, anotando com cuidado a arquitectura da casa. Eu podia adivinhar pela sua expressão que estava na pista certa, todavia não podia imaginar, nem ao de leve, em que direcção as suas deduções o levavam.

- Meu caro senhor - disse Mr.





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