Fiz então um exame cuidadoso ao canto de papel que o inspector nos tinha mostrado. Logo me pareceu que ele formava parte de um documento muito importante. Aqui está ele. Não notam qualquer coisa muito sugestiva a seu respeito?
- Tem um aspecto muito irregular - observou o coronel.
- Meu caro senhor - exclamou Holmes -, não pode restar a menor dúvida de que foi escrito por duas pessoas, formando palavras alternadas. Quando lhe chamar a atenção para os «T» fortes de «quarto» e «meia-noite» e lhe pedir para os comparar com o de «quanta», reconhecerá imediatamente este facto. Uma breve análise dessas três palavras habilitá-lo-ia a dizer com a máxima confiança que o «verá» e o «pode ser» também são escritos com mão forte; o «quanta» com mão mais fraca.
- Por Júpiter! É claro como o dia - gritou o coronel. - Por que razão esses dois homens haviam de escrever uma carta desse modo tão estranho?
- É evidente que o negócio era sujo e que um dos homens, que desconfiava do outro, estava resolvido, houvesse o que houvesse, a que cada um devia ter nele igual parte. Ora, está claro que aquele dos dois homens que escreveu «quarto» e «meia-noite» era o cabecilha.
- Como chega a essa conclusão?
- Podíamos deduzi-la simplesmente pelo carácter da letra, comparada com a outra.