As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 7: O Corcunda Pág. 156 / 274

Analisei tudo e cheguei à conclusão de que tinha de investigar o caso por outro prisma. Mas na realidade, Watson, continuo a mantê-lo de pé e podia dizer-lhe tudo isto amanhã na nossa viagem para Aldershot.

- Muito obrigado, foi longe demais para parar.

- Estamos perfeitamente certos de que quando Mrs. Barclay saiu de casa, às dezanove e trinta, mantinha boas relações com o esposo. Ela nunca foi, como disse, ostensivamente afeiçoada, mas o cocheiro ouviu-a conversar com o coronel de modo amigável. Ora, é igualmente certo que, imediatamente depois da sua chegada, foi para a sala onde era menos provável encontrar o marido e que pediu um chá, como faz uma mulher que está nervosa, e, finalmente, com a entrada do marido, irrompeu em recriminações violentas. Portanto, tinha ocorrido qualquer coisa entre as dezanove e trinta e as vinte e uma horas que alterou por completo os seus sentimentos para com ele. Porém, Miss Morrison tinha estado com ela durante aquela hora e meia. Era absolutamente certo, portanto, que, a despeito da sua resposta negativa, devia saber alguma coisa do assunto.

»A minha primeira hipótese foi a de que possivelmente houvera um relacionamento entre essa jovem e o velho soldado, que esta confessara à esposa. Isso explicaria a reacção colérica desta, e também a resposta negativa da jovem a respeito de tudo o que ocorrera. Nem seria inteiramente incompatível com a maioria das palavras ouvidas. Mas havia aquela referência a David, e havia a reconhecida afeição do coronel pela mulher a pesar contra essa hipótese, para não falar na intrusão dramática desse outro homem, que podia, por certo, ser inteiramente alheio ao que antes ocorrera. Não me era fácil imaginar os factos.





Os capítulos deste livro