Mas a sua forma geral deve ser a que indiquei, sabe subir pelas persianas e é carnívoro.
- Como é que o sabe?
- Porque, com efeito, subiu à persiana. Estava pendurada à janela a gaiola de um canário; ora, agarrar o pássaro parece ter sido o seu objectivo.
- Então o que era o animal?
- Ah! Se eu lhe pudesse dar um nome, podia ter ido muito longe na solução do caso. Em resumo, era uma criatura da raça da doninha ou do arminho, todavia é maior do que qualquer desses que já vi.
- Mas o que teria a ver com o crime?
- Isto também ainda é obscuro. Mas descobrimos bastantes coisas, como vê. Sabemos que um homem esteve parado na estrada, observando a discussão entre os Barclay, e que as cortinas estavam abertas e a sala iluminada. Sabemos também que ele correu pelo relvado e entrou na sala, acompanhado por um animal estranho. E atacou o coronel ou, o que é igualmente possível, o coronel, à vista dele, caiu num susto e partiu a cabeça num canto do fogão de sala. Finalmente, temos o facto curioso de o intruso levar a chave quando fugiu.
- As suas descobertas parecem ter tornado o assunto mais obscuro do que ao princípio - disse.
- Isso mesmo. Indubitavelmente mostraram que a questão é muito mais profunda do que a princípio se supôs.