As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 10: O Tratado Naval Pág. 240 / 274

- Vem apanhar um pouco de sol.

- Não, obrigada, Joseph. Estou com uma ligeira dor de cabeça e este quarto está tão fresco e confortável...

- O que é que o senhor propõe agora? - inquiriu o nosso cliente.

- Que, lá por estarmos a investigar este assunto menor, não podemos perder de vista o assunto principal. Seria muito conveniente se o senhor pudesse vir connosco a Londres.

- Já?

- Logo que possa; digamos, dentro de uma hora?

- Já me sinto mais forte. Talvez lhe seja útil.

- Muito útil, Sr. Phelps.

- Pensa que eu deva passar lá a noite?

- Estava a pensar nisso mesmo.

- Quer dizer, se o meu amigo nocturno me vier fazer nova visita, descobrirá que o pássaro fugiu. Estamos todos nas suas mãos, Sr. Holmes; dê-nos as instruções que quiser. Talvez prefira que Joseph venha connosco para tomar conta de mim?

- Não, não é necessário. O meu amigo Watson é médico, como o senhor sabe, e encarregar-se-á de si. Almoçaremos aqui, se nos permitir, e então iremos os três juntos para a cidade.

Tudo se arranjou como Holmes sugerira, incluindo Miss Harrison, que arranjara uma desculpa para não sair do quarto. Qual o objectivo da manobra do meu amigo, era impossível perceber. Talvez conservar a rapariga longe de Phelps que, animado com a perspectiva de acção, almoçou connosco na sala de jantar. Entretanto, Holmes reservava-nos algo ainda mais surpreendente pois, ao levar-nos à estação, e depois de nos ver dentro do comboio, anunciou-nos calmamente que não tinha a menor intenção de deixar Woking.

- Há um ou dois pequenos pontos que gostaria de esclarecer antes de partir - explicou - e a sua ausência, Sr. Phelps, deve ser um precioso auxílio. Quanto a si, Watson, ficar-lhe-ia imensamente grato se, quando chegarem a Londres, for logo para Baker Street com o nosso amigo, num trem, e ficar com ele até que eu vá lá ter.





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