As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 2: A Face Amarela Pág. 38 / 274

O seu nome era então Sra. Hebron. Ele foi para a América quando era criança e viveu na cidade de Atlanta, onde casou com Hebron, que era advogado. Eles tiveram um filho, mas a febre amarela eclodiu seriamente nesse local, e tanto o marido como a criança morreram. Eu vi a certidão de óbito. Esta tragédia fez com que ela não conseguisse continuar a viver nesse país e voltou para Inglaterra, para viver com uma tia solteira em Pinner, no Middlesex. Posso vos dizer que o marido a deixou financeiramente confortável, e que ela tinha um capital de quatro mil e quinhentas libras bem investidas, retornando uma média de sete por cento. Ela estava apenas há seis meses em Pinner quando a conheci; apaixonamo-nos e casamo-nos umas semanas mais tarde.

»Eu próprio sou um comerciante de lúpulo, e tenho um rendimento de setecentas ou oitocentas libras, e arrendamos uma simpática propriedade de oitenta libras por ano em Norbury. A nossa casa era bastante rústica, considerando que está tão perto da cidade. Tínhamos uma pousada e duas casas um pouco acima de nós, e uma única casa no terreno em frente, fora isso não havia mais propriedades até meio caminho da estação. O meu trabalho obrigou-me a ficar na cidade durante alguns períodos mas, no verão, tinha menos que fazer, e aí, na nossa casa de campo, a minha esposa e eu eramos tão felizes quanto poderíamos desejar. Posso dizer-lhe que nunca houve uma sombra entre nós até que este maldito assunto começou.

»Há algo que tenho que lhe dizer antes de continuar. Quando casamos, a minha mulher passou todos os seus bens para o meu nome – embora contra a minha vontade, pois eu via que isso podia ser inadequado caso o meu negócio corresse mal. No entanto, ela queria assim, e assim o fizemos.





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