»Fiquei um pouco hesitante pois pensei que seria simplesmente para um vestido novo ou algo do género. “E para quê?” – perguntei. “Oh!” – disse ela, num tom divertido – “disseste que era apenas o meu banqueiro, e os banqueiros nunca fazem perguntas.” “Se realmente o quiseres, claro que terás o dinheiro” – disse eu. “Oh, sim, quero-o realmente.” “E não me vais dizer para que o queres?” “Algum dia, talvez, mas não de momento, Jack.”
»Tive que me contentar com essa resposta, embora fosse a primeira vez que existiu qualquer tipo de segredo entre nós. Dei-lhe um cheque e nunca mais pensei nesse assunto. Poderia não ter nada a ver com o que se passou a seguir mas pensei que seria correcto mencioná-lo.
»Bem, acabei de lhes dizer que existia uma propriedade perto da nossa casa. Existe apenas um campo a separar-nos, mas para ir até lá é necessário seguir pela estrada e virar para baixo por um caminho estreito. Logo atrás, existe um pequeno bosque de Abetos Escoceses, e eu costumava gostar de passear por ali pois as árvores são sempre uma agradável vizinhança. Essa propriedade estve vazia nestes últimos oito meses, e era pena, pois era uma bela vivenda com dois pisos e um alpendre rústico com madressilva sobre ele. Eu estive lá muitas vezes e pensei que bela casa se poderia fazer.
»Bem, no último domingo de manhã estava a dar um passeio por esses lados quando me deparei com uma carrinha vazia a subir o caminho estreito e vi uma pilha de carpetes e outras coisas espalhadas na relva junto ao alpendre.