As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 2: A Face Amarela Pág. 48 / 274

Se a casa vizinha está agora permanentemente deserta, poderemos ter alguma dificuldade. Se, por outro lado, como eu imagino que seja mais provável, os residentes foram avisados da sua chegada e deixaram a casa antes de você entrar, então eles podem estar de volta agora, e poderemos esclarecer tudo facilmente. Deixe-me aconselhá-lo então a voltar a Norbury, e a examinar as janelas da casa novamente. Se algo o levar a acreditar que a casa está habitada, não force a entrada, envie-nos um telegrama de imediato. Após recebê-lo, conseguiremos estar lá, consigo, numa hora, e então chegaremos juntos ao fundo da questão.

- E se a casa ainda estiver vazia?

- Nesse caso, sairei amanhã e conversarei consigo sobre isso. Adeus e, acima de tudo, não se preocupe antes de saber se tem, de facto, um motivo para essa preocupação.

- Receio que este seja um dos maus casos, Watson – disse o meu companheiro, quando regressou após ter acompanhado o Sr. Grant Munro à porta. – O que é que achou?

- Tinha um som feio – respondi.

- Sim. Ou muito me engano ou há chantagem aqui no meio.

- E quem é o chantagista?

- Bem, deve ser a criatura que vive no único quarto confortável do local, e tem a sua fotografia em cima da sua lareira. Palavra, Watson, há algo de muito atraente no rosto lívido na janela. Não perderia este caso por nada no mundo.

- Já tem uma teoria?

- Sim, uma provisória. Mas ficaria surpreendido se ela não se demonstrasse correcta. É o primeiro marido dessa mulher que está na casa vizinha.

- Porque é que pensa isso?

- De que outra forma se pode explicar a sua ansiedade frenética que pretende impedir o segundo marido de entrar na casa? Os factos, como eu os leio, são assim: essa mulher foi casada na América.





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