O Mundo Perdido - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 12 / 286

- Meu Deus, senhor, qualquer coisa que acumule a aventura e o perigo. Realmente faria o melhor que pudesse. Quanto mais difícil fosse, melhor me conviria.

- Dir-se-ia que sente uma grande vontade de arriscar a vida.

- De justificá-la, senhor!

- Oh, oh! ora aí está o que é, Mr. Malone, muito... muito excessivo. Receio que o tempo para esse género de trabalho já tenha passado. As despesas que fazemos com um enviado especial são geralmente superiores ao lucro que o jornal obtém... E depois, naturalmente, tais missões apenas são atribuídas a homens experimentados, cujo nome representa uma garantia para o público que confia em nós. Repare no quadro: os grandes espaços brancos que nele figuram estão em vias de ser preenchidos, e em parte nenhuma fica lugar para o romanesco... No entanto, espere!...

Um sorriso imprevisto iluminou-lhe o rosto. Reflectiu e depois: - Ao falar-lhe nestes grandes espaços brancos do quadro, ocorreu-me uma ideia. Porque não desmascararíamos um trapaceiro... um Münchhausene moderno... e não revelaríamos os seus ridículos? Poderia apresentá-lo ao público tal como ele é, ou seja, um mentiroso! Eh, eh!, isso não seria mau! O que é que pensa?

- Não importa o que seja. Não importa onde seja. Para mim tanto faz.

McArdle mergulhou numa meditação prolongada de onde saiu para murmurar:

- Pergunto a mim mesmo se poderia ter relações amistosas... ou até relações apenas com este fenómeno. E verdade que parece possuir um certo génio para se dar bem com as pessoas: chamemos a isso simpatia, ou magnetismo animal, ou vitalidade da juventude, ou não sei o quê... Eu próprio me dou conta disso.





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