O Mundo Perdido - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 145 / 286

O nosso primeiro cuidado foi traçar um inventário das provisões; precisávamos evidentemente de saber com o que podíamos contar. Com aquilo que nós próprios tínhamos trazido, mais o que Zambo nos enviara pela corda, achávamo-nos bem servidos. O importante era, sobretudo que possuíamos quatro espingardas com mil e trezentos cartuchos, uma espingarda de caça e cento e cinquenta chumbos médios. Em víveres éramos ricos o bastante para aguentar várias semanas. E tínhamos tabaco, assim como instrumentos científicos; em particular um telescópio e binóculos. Trouxemos todos estes instrumentos para a clareira e, à guisa de precaução elementar, cortámos com o machado e as facas um grande número de silvas espinhosas a fim de dispô-las num círculo de 50 metros de diâmetro à volta do que devia ser o nosso quartel-general e o nosso abrigo em caso de perigo. Chamámos-lhe forte Challenger.

Estes preparativos fizeram-nos chegar ao meio-dia. O calor não era excessivo. Quanto à relação dupla da temperatura e da vegetação, o planalto era quase temperado. A faia, o carvalho e até a bétula estavam largamente representados na flora arborescente que nos rodeava. Uma imensa árvore de especiarias, dominando todas as outras, desenvolvia por cima do forte Challenger os seus grandes ramos alourados. À sua sombra continuámos a discutir e Lorde John, que, no momento da acção, tinha tomado tão rapidamente o comando das operações, deu-nos a sua opinião.

- Enquanto não formos vistos nem ouvidos por homens ou por animais, estaremos em segurança, explicou. - A partir do momento em que a nossa presença aqui for conhecida, começarão os aborrecimentos.





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