O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 207 / 286

Esses animais repugnantes apalparam-me todo o corpo: tenho a impressão de que nunca mais poderei voltar a sentir-me limpo. Amarram-nos; o tipo que se ocupou de mim podia atar de pés e mãos uma família inteira! E obrigaram-nos a deitar no chão, com os dedos dos pés a apontar para o céu, debaixo de uma árvore. Um bruto enorme, com uma moca na mão, montava a guarda. Quando digo «nós», trata-se apenas de Summerlee e de mim próprio. O querido velho Challenger fora Içado para uma árvore, comia pinhões, vivia a grande hora da sua vida. Devo dizer que conseguiu trazer-nos frutos e que desfez os laços com a própria mão. Se o tivesse visto sentado na sua árvore ligado ao irmão gémeo e cantando a plenos pulmões «Tocai, tocai, Sinos das nossas catedrais", porque a sua voz de baixo tonitruante tinha o dom de pôr de bom humor os nossos carcereiros, teria rido a bom rir! Mas não nos encontrávamos com vontade de rir, como calculam! Os homens-macacos tinham tendência, sobre reservas para deixá-lo agir como lhe apetecesse, mas à nossa volta montaram uma guarda severa. A nossa única consolação era pensar que você não fora apanhado e que pusera os arquivos em lugar seguro.

«Ora bem, bebé, vou agora contar-lhe uma coisa que o espantará!

Diz que viu vestígios de humanidade e fogueiras, armadilhas - e muitas outras coisas. Mas nós vimos indígenas em pessoa. São pobres diabos, homenzinhos enfezados, e nada mais.





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