O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 217 / 286

Com as nossas quatro espingardas fizemos uma horrível carnificina. Os dois guardas que seguravam Summerlee haviam sido abatidos e o Professor vacilava como um homem ébrio, incapaz de entender que estava livre. A multidão dos homens-macacos corria em todos os sentidos, estupefacta, procurando saber de onde vinha aquela tempestade de morte e o que ela significava. Gesticulavam, uivavam, tropeçavam nos cadáveres. Por fim, num único movimento, precipitaram-se todos juntos para as árvores em busca de um abrigo, deixando para trás deles o terreno coberto de não sei quantos dos seus camaradas. Os prisioneiros ficaram sozinhos no meio da clareira.

O cérebro de Challenger funcionava muito depressa: não demorou a compreender a situação. Tomou o aturdido Summerlee pelo braço e ambos correram na nossa direcção. Dois dos guardas saltaram para detê-los, mas Lorde John despachou-os para o paraíso dos homens-macacos. Precipitámo-nos ao encontro dos nossos companheiros e entregámos a cada um uma espingarda. Infelizmente Summerlee estava no limite das suas forças! Mal podia manter-se de pé. E os homens-macacos já voltavam a atacar; desciam das árvores e atravessavam os matagais para nos cortarem a retirada. Challenger e eu arrastámos Summerlee, cada um agarrando-o por um cotovelo, ao passo, que Lorde John, disparando sem intervalos sobre os enraivecidos que surgiam das matas, nos cobria a retirada. Durante dois quilómetros, aqueles brutos perseguiram-nos de perto.





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