O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 224 / 286

Parecia o mais novo e, no entanto, mostrava-se tão orgulhoso e tão independente que, quando Challenger lhe poisou a mão enorme na cabeça, ele sobressaltou-se e saltitou como um puro sangue esporeado; os olhos lançaram chispas e afastou-se do Professor; a alguns passos de distância, colocou a mão no peito e, muito dignamente, pronunciou várias vezes a palavra «Maretas». O Professor, sem se deixar impressionar, agarrou o índio mais próximo pelo ombro e começou uma conferência a seu respeito como se estivesse num anfiteatro universitário.

- O tipo desta raça - disse com voz sonora - não pode ser considerado como um inferior, a avaliar pela sua capacidade craniana, o seu ângulo facial, etc. Pelo contrário, devemos colocá-lo na escala muito mais acima do que numerosas tribos sul-americanas que poderia mencionar. A evolução de uma tal raça neste local não se explica por qualquer suposição normal. Do mesmo modo existe um fosso aberto entre estes homens-macacos e os animais primitivos que sobreviveram no planalto. É impossível acreditar que tenham podido desenvolver-se onde os descobrimos.

- Então de onde diabo caíram eles? - perguntou Lorde John.

- Questão que dará, sem dúvida, lugar a ásperas discussões entre os sábios dos dois hemisférios! - respondeu o Professor. - A ideia pessoal que faço da situação... tanto quanto esta ideia possa ser válida - acrescentou, bombeando o torso e lançando em redor olhares insolentes - é que a evolução atingiu, tendo em conta as condições particulares da região, o estádio vertebrado e que os velhos tipos sobreviveram e coexistiram com os novos.





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