O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 244 / 286

As aberturas ficavam situadas a trinta metros pouco mais ou menos acima do solo: chegava-se lá através de extensas escadas de pedras, suficientemente estreitas e duras para que nenhum animal de grande porte lá pudesse entrar. No interior havia um calor seco; as cavernas decompunham-se em corredores sem curvas de comprimentos variáveis no flanco do escarpamento; as paredes cinzentas estavam decoradas com muito bons desenhos a carvão de madeira, que representavam os diversos animais habitantes do planalto. Se todas as criaturas vivas fossem um dia suprimidas desta terra, o explorador descobriria nas paredes copiosos testemunhos sobre a fauna extraordinária (dinossauros, iguanodontes, lagartos do mar) que vivera ainda recentemente na terra.

Desde que tínhamos ficado a saber que os iguanodontes eram rebanhos domesticados e constituíam, em suma, reservas de carnes ambulantes, havíamos julgado que o homem, mesmo dotado de armas primitivas, estabelecera o seu reino no planalto. Não demorámos a descobrir que isso não era exacto e que o homem apenas era tolerado. Sobreveio, com efeito, uma tragédia no terceiro dia após a nossa chegada. Challenger e Summerlee tinham partido para o lago e haviam levado índigenas com o intuito de arpoarem algumas espécies dos grandes lagartos. Lorde John e eu tínhamos ficado no acampamento. Um certo número de índios achavam-se espalhados pela encosta ervosa em frente das cavernas. De súbito ressoou um grito de alerta e a palavra «Stoa» foi gritada por centenas de bocas.





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