Um Estudo em Escarlate - Cap. 12: 5 - Os Anjos Vingadores Pág. 103 / 127

Um medo vago e estranho apoderou-se de si. Avançou apressada e freneticamente, deixando cair o precioso alimento no momento de agitação.

Quando dobrou a esquina, divisou o lugar onde fora acesa a fogueira. Ainda lá havia um monte de cinzas incandescentes, mas era evidente que não tinham tomado conta dela desde a sua partida. Reinava por toda a parte o mesmo silêncio absoluto. Com todos os receios transformados em certezas, avançou rapidamente. Não havia vivalma perto dos restos da fogueira: animais, homem, rapariga, todos tinham desaparecido. Era óbvio que algo de terrível e inesperado acontecera na sua ausência - um desastre que os atingira a todos e que, no entanto, não deixara rastos.

Desorientado e aturdido com esta desgraça, Jefferson Hope sentiu a cabeça andar à roda e teve de se apoiar à carabina para não cair. Era, contudo, essencialmente um homem de acção e depressa se recompôs da fraqueza de momento. Agarrando num bocado de pau meio queimado da fogueira, que ardia a fogo lento, soprou-lhe para o pôr em chama, e, com o auxílio deste, continuou a inspeccionar o pequeno acampamento. O solo estava todo cheio de marcas de patas de cavalos, o que significava que um grupo de homens montados a cavalo tinha apanhado de surpresa os fugitivos, e a direcção dos seus rastos provava que depois tinham regressado a Salt Lake City. Teriam levado com eles os seus companheiros? Jefferson Hope estava quase convencido de que deviam ter feito isso, quando os seus olhos depararam com algo que fez vibrar todos os nervos do seu corpo. A pequena distância de um dos lados do acampamento estava um monte baixo, de terra avermelhada, que, de certeza, não estava lá antes. Só podia ser uma campa aberta há pouco tempo. Quando o jovem caçador se aproximou dela, reparou que tinham enterrado um pau com uma folha de papel presa na bifurcação.





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