Um Estudo em Escarlate - Cap. 14: 7 - A Conclusão Pág. 127 / 127

Agora os pormenores do caso talvez nunca sejam conhecidos, embora estejamos informados, de boa fonte, de que o crime é o resultado de uma antiga contenda sentimental, na qual o amor e o mormonismo desempenharam o seu papel. Parece que as duas vítimas pertenceram, na juventude, à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e Hope, o preso falecido, também vem de Salt Lake City. Se o caso não teve outro efeito, pelo menos apresenta, da maneira mais surpreendente, a eficiência dos detectives da polícia e servirá de lição a todos os estrangeiros que será mais sensato resolverem as suas contendas no seu próprio país do que trazerem-nas para o solo britânico. É segredo que toda a gente pode saber que o crédito desta captura inteligente pertence inteiramente aos já conhecidos agentes da Scotland Yard, o Sr. Lestrade e o Sr. Gregson. Parece que o homem foi preso nos aposentos de um tal Sr. Sherlock Holmes, que, como amador, revelou algum talento no campo da investigação policial e que com estes instrutores talvez possa obter, com o tempo, alguma da sua competência. Espera-se que seja oferecida uma dádiva aos dois agentes, como reconhecimento adequado pelos seus serviços.»

- Não lhe disse isto quando começámos? - gritou Sherlock Holmes, com uma gargalhada. - Este é o resultado de todo o nosso Estudo em Escarlate! Arranjar-lhes uma dádiva!

- Não se incomode - respondi. - Tenho os factos todos no meu diário, e o público conhecê-los-á. Entretanto, contente-se com a consciência do êxito como o romano avarento:

Populus me sibilat, at mihi plaudo

Ipse domi simul ac nummos contemplar in arca*.

*O povo assobia-me, mas eu aplaudo-me em casa, logo que contemplo o dinheiro na arca. (N. da. T.)

FIM





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